Campanha Cidades para Todos e Todas

A campanha “Cidades para Todos e Todas” compreendeu que o mais importante era dar publicidad à necessidade de atender prioritariamente às demandas sociais locais. A estratégia principal para alcançar esse objetivo é apoiar ativamente as necessidade e os interesses dos trabalhadores que participam da economia informal, além de fomentar a organização política desses atores sociais para que reivindiquem espaço na construção de cidades que incluam todos.

A primeira etapa da campanha no Brasil, em 2011, consistiu no mapeamento de organizações representativas de vendedores informais em dez das doze cidades-sede da Copa.

O estudo identificou aspectos que estão presentes no cotidiano da venda ambulante e que são de fundamental importância para a compreensão do universo do comércio informal, e identificou as organizações representativas que se alinhavam com os princípios de associativismo e democracia estabelecidos pela StreetNet.

No final de outubro de 2011, realizamos em São Paulo, na sede do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, o primeiro encontro nacional, que foi dividido em dois dias de trabalho apenas com lideranças representativas de organizações de vendedores informais para discutir os principais problemas e buscar convergências gerais entre as diversas organizações. Esses resultados foram apresentados no terceiro dia ao Fórum de Planejamento da campanha “Cidade para Todos e Todas”, que reuniu diversos parceiros importantes do movimento trabalhista, social e da sociedade civil, que assinaram uma declaração de repúdio às violações do direito ao trabalho e à violência policial verificadas em várias cidades, afirmando que a realização da Copa do Mundo é possível sem que haja o desrespeito aos direitos dos vendedores informais.

Em 2012, realizamos seis oficinas de trabalho em seis cidades-sede, articulando as diversas representações de ambulantes locais e trabalhando os princípios da cooperação, democracia, participação social e solidariedade. Em 2013, realizamos o segundo encontro nacional e dois encontros regionais, dividindo o grupo em dois que puderam discutir de forma mais próxima as questões. Além disso, diversas visitas de representações de diferentes cidades ocorreram entre si.

Foi construída a articulação com movimentos sociais, em particular com a Articulação Nacional de Comitês Populares da Copa (Ancop) e sindicais, em particular, a Central Única dos Trabalhadores (CUT). No segundo semestre, pleiteamos uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff, que ainda não ocorreu, mas a negociação seguem em curso.

No final do ano, o grupo discutiu a necessidade de formar um movimento nacional formalizado e, enquanto isso, lançou a Comissão Nacional de Ambulantes para incidir de formar unificada em diversos espaços decisórios da sociedade, inclusive na Plenária dos Atingidos pela Copa, ocorrida em dezembro.

Além disso, passamos a celebrar, no dia 14 de novembro, o Dia Internacional dos Vendedores Ambulantes. Nos três anos anteriores, nessa data, enviamos umas carta aberta à sociedade para demarcar a importância da venda informal para a economia brasileira, a dignidade do trabalho ambulante e sua importância para o sustento de milhões de famílias e também para denunciar as violações que vêm ocorrendo em diversas cidades em nome da Copa do Mundo de 2014.

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