StreetNet

A StreetNet internacional é uma federação de vendedores informais criada para proteger e promover o direito destes trabalhadores. Foi fundada em 2002, na África do Sul, e atualmente tem as associações e sindicatos nacionais de diversos países afiliados, somando o total de 360 mil membros.

Estrutura-se no formato de federação e afilia sindicatos, cooperativas e associações nacionais de ambulantes que sejam fundadas nos princípios do associativismo, democracia e da organização direta dos vendedores informais.

Tem como objetivo incentivar alianças nacionais e a criação de um sentimento solidário local, nacional e internacional. A StreetNet apoia e afilia organizações que lutam por direitos, e não apenas o benefício imediato de poucos e incentiva que as organizações representativas:

- pressionem os governos para implementarem políticas inclusivas de planejamento urbano que incluam a todas que vivam na cidade, e que pensem a cidade a partir do que ela tem de riqueza e vitalidade;

- pressionem os governos para implementarem fóruns e espaços de negociação entre associações de camelôs e as autoridades governamentais;

- desenvolvam alianças com diversos movimentos e organizações sociais, e se aproximem das centrais sindicais que têm obrigação de lutar pelos direitos de todos os trabalhadores formais e informais.

O mais alto órgão de decisão da StreetNet Internacional é o Congresso Trienal, quando todos os afiliados se reúnem para discutir estratégias de atuação e eleger o Conselho Internacional que vai nos 3 anos seguintes se reunir regularmente.

A StreetNet no Brasil

Prevendo o impacto da Copa do Mundo de 2010, ocorrida na África do Sul, na subsistência dos vendedores informais, a StreetNet lançou, em 2006, a campanha “Cidades para Todos e Todas” com o objetivo de instigar a conscientização mundial sobre os problemas que circundam o planejamento urbano e a organização de serviços para os megaeventos em países em desenvolvimento. O principal objetivo foi alertar para a lógica equivocada de que as cidades-sede da Copa, independentemente de terem um alto número de prioridades emergenciais, devem ser configuradas como Cidades Globais, recebendo alto investimento público em infraestrutura e no setor de serviços e beneficiando, enormemente, o capital globalizado, e ignorando que existam questões emergenciais prioritárias, decorrentes da pobreza que assola o país.

Na África do Sul, a campanha buscou pressionar o Comitê Local Organizador da FIFA, os governos municipais das nove cidades-sede da Copa e o governo federal para repensar a política de estabelecimento de zonas de exclusão do comércio ambulante em torno dos estádios e espaços públicos organizados para torcedores, reivindicando que, efetivamente, promovessem alternativas e oportunidades aos comerciantes informais.

No Brasil, a campanha foi lançada no início de 2011, contando com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central Sindical das Américas/Central Sindical Internacional (CSA/CSI), da Central dos Movimentos Sociais (CMS) e do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos.

Os principais objetivos da campanha foram contribuir para a mobilização e organização dos vendedores informais para o estabelecimento de redes municipais e de fóruns de negociação nas cidades-sede dos jogos. Entendendo que dessa forma criariam-se as condições para que os trabalhadores da economia informal possam se fortalecer, reivindicar suas demandas e receber um tratamento justo durante e depois da Copa.

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